Autoridades defendem maior integração entre as polícias
- Adriano Novo
- 12 de jan.
- 4 min de leitura

Tecnologia e integração entre as forças de segurança pública foram temas centrais em um evento realizado pelo Conselho Municipal de Segurança Pública de Campinas (Conseg), que contou com a presença do secretário estadual de segurança pública Guilherme Derrite e de outras autoridades da área. O evento aconteceu na sexta-feira (24) a tarde no Royal Palm Hall e marcou a apresentação do novo Diretor do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior 2 (Deinter-2) Campinas, delegado Fernando Manoel Bardi. Diversas propostas e deficiências foram apresentadas por representantes que atuam no segmento de segurança pública.
A integração entre as policias e investimento pesado em tecnologia como forma de ampliar o combate à criminalidade dominaram as falas da tribuna. A ideia foi amplamente defendida também em entrevistas concedidas pelas autoridades ao Correio Popular. Eles esperam, em sua maioria, uma interação entre as esferas municipal e estadual para combater a criminalidade no que o secretário Guilherme Derrite aponta como “uma das regiões mais difíceis na questão da segurança”, a Região Metropolitana de Campinas (RMC).
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A reunião, primeira promovida pelo Conseg esse ano, foi vitrine para o novo presidente expor suas ideias sobre estratégias a serem adotadas para fortalecer a segurança no município. Arthur Vasconcelos Rezende não titubeou em caminhar pela principal trilha apontada pela maioria para fortificar a segurança, o trabalho coletivo. “A responsabilidade da segurança pública deve ser compartilhada entre Estado e sociedade”, frisou. Para ele, o conselho tem que manter o protagonismo como principal canal para encaminhar as demandas da população ao poder público. “É um importante canal de diálogo e a sociedade civil pode também contribuir com estratégias importantes”.
O conselho aproveitou a solenidade para premiar o prefeito Dário Saadi (Republicanos) com uma honraria por ter disponibilizado a Guarda Municipal (GM) ao Estado para atuação no Litoral Norte. Derrite recebeu a mesma honraria, simbolizada por uma placa. O secretário foi parabenizado, também, pela implementação tecnológica que tem promovido a frente da pasta.
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A questão da tecnologia foi enfatizada na fala do titular da segurança, que anunciou uma força tarefa para criar a Muralha Paulista, projeto que quer integrar o monitoramento dos municípios e concentrar informações na secretaria, para que as forças troquem informações. Derrite disse que o estado vai franquear o equipamento necessário para cidades que precisarem.
“A Muralha Paulista é um arcabouço tecnológico que fica fisicamente concentrada em São Paulo, no Centro Integrado de Comando e Controle, que é um órgão da pasta, e nós [ESTADO]vamos fornecer via convênio para os municípios as ferramentas tecnológicas do Detecta, do Cortex, - banco de dados - fazendo uma real integração. Na prática o que acontece? Um veículo roubado em Campinas sai das áreas limítrofes da cidade e a central para de monitorar. Então, eu lá em São Paulo quero e vou monitorar todo o Estado”, disse Derrite.
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Questão citada como maior motivação para implemento da tecnologia, o secretário disse que quer evitar o confronto entre policiais e criminosos. “Com tecnologia eu evito troca de tiros. E eu não quero avisar, ter que notificar famílias que perderam seus entes queridos em trabalho” pontuou.
Antes de assumir a gestão da Pasta de Segurança, Derrite atuou como Policial Militar e comandou o Batalhão da Rota. Depois, migrou para o Corpo de Bombeiros, onde ficou até ser eleito para seu primeiro mandato como deputado federal por São Paulo, em 2018.
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Em discurso tímido, o novo diretor do Deinter-2 disse que a região tem problemas graves a serem sanados. Ele evitou culpar gestões anteriores; “Tenho problemas gigantes para resolver, mas não menos gigantes é a vontade das forças de enfrentar os problemas. Primeira coisa a fazer é motivar meus policiais, para que eles atuem em favor da população”, declarou Bardi.
Entre as autoridades que formaram a mesa estavam o secretário municipal de segurança pública, Christiano Biggi, o delegado geral de Polícia Civil do Estado, Arthur José Dian, o vereador Major Jaime (PP) - que é presidente do Comissão de Segurança Pública da Câmara - e o deputado federal campineiro Carlos Sampaio (PSDB). Ao Correio Popular, autoridades da metrópole comentaram sobre as questões discutidas durante o evento.
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“A questão da Muralha Paulista, da integração, é importante para todo mundo. Super importante e todos os municípios têm a ganhar com isso. É bom para nós da Central Integrada de Monitoramento de Campinas (Cimcamp) e para o município”, declarou o diretor da Cimcamp, Paulo Campana.
O secretário Biggi disse que a integração já acontece em Campinas e que é uma orientação do Estado. “É uma sinergia que já está acontecendo. A gente tem investido muito em tecnologia, sistemas modernos de inteligência, de vigilância, softwares analíticos, então tudo isso faz parte também da preocupação do município. Entendemos que tudo isso é eficaz contra o crime”.
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A comandante Lourdes, da GM, disse que a corporação já lança mão de algumas tecnologias e está pronta para as demais. “Reverbera com um resultado muito importante para a população”, disse sobre a tecnologia. Sobre integração com as demais forças ela se mostrou receptiva e disse que a corporação já atua com demais polícias.
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