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Uma Iniciativa de Adriano Novo

Escândalo na Câmara de Campinas atinge ex-assessor de Campos Filho



O empresário Danilo Palma, ex-sócio do Grupo Mais, foi ouvido ontem pela CPI da Propina e afirmou ter recebido, em 2014, um pedido de "ajuda" no valor de R$ 50 mil reais, para custear as despesas da campanha do ex-presidente da Câmara de Campinas, Campos Filho, que disputava na época uma vaga de deputado estadual. A solicitação, atribuída ao atual presidente da Ceasa, Valter Greve, então assessor de Campos Filho no Legislativo, está sendo investigada pela comissão como um pedido de propina.

Durante o seu depoimento aos membros da CPI, o empresário deu detalhes de como teria acontecido o susposto pedido de propina. Segundo ele, a abordagem de Valter Greve visando a obter vantagens financeiras indevidas teria acontecido após Palma deixar a sala da presidência da Câmara, onde foi realizado uma reunião para tratar da habilitação do Grupo Mais para gerir a TV Câmara, poucos dias antes do contrato ser assinado. "Eu entrei na sala da presidência e estavam lá o vereador Campos Filho e o Valter Greve. A primeira coisa que o vereador Campos Filho fez foi me dar um forte abraço e dizer que estava muito alegre em saber que eu tinha ganho o pregão, ele disse que conhecia meu pai. Ele falou que tinha muito orgulho em saber que uma empresa de Campinas estaria tomando posse do contrato, que eu estava sendo muito bem vindo e que o que eu precisasse ele estaria à minha inteira disposição. E o assunto do contrato parou."



Após a conversa amigável, Danilo relatou que Greve o acompanhou até a saída e o conduziu para uma sala ao lado da presidência. Foi lá que aconteceu o pedido de "ajuda", um conhecido eufemismo empregado no universo da corrupção quanto o assunto é propina. "O Valter Greve compartilhou comigo que o Campos Filho seria candidato a deputado estadual em 2014 e que ele precisava de uma ajuda. Precisava que eu ajudasse o Campos Filho, que em poucos dias o meu contrato estaria sendo assinado, que, inclusive, eu seria chamado para assinar o contrato", relatou.

Em seguida, Palma prosseguiu com seu depoimento. "Importante frisar que o Campos Filho também me disse isso, que meu contrato seria assinado e em poucos dias eu seria convidado para fazer a assinatura do contrato. Fiquei muito feliz. Muito contente. E aí o Valter Greve me pediu uma ajuda. Inclusive, ele fez assim com as mãos (neste momento Palma faz um sinal com a mão aberta balançando os cinco dedos esticados). E me pediu R$ 50 mil. Foi isso que aconteceu. Após ele pedir, eu disse que não iria ajudá-lo. Ele rapidamente encerrou o assunto, se despediu e eu fui embora. Foi exatamente o que aconteceu naquele dia", concluiu diante dos membros da CPI.



Pouco tempo depois da negativa, o grupo de Danilo Palma foi desabilitado e outra empresa assumiu a gestão da TV Câmara, a Costa Norte. O depoente disse que ficou sabendo da desclassificação por meio do Diário Oficial do Município. Ele atribuiu a não assinatura do contrato exatamente à recusa em pagar o que lhe foi pedido. Ainda, ele disse ter estranhado a forma como foram feitas as diligências nas empresas que deram ao grupo o atestado de capacidade técnica. Ele considerou que as diligências tinham como objetivo desclassificar o Grupo Mais da licitação.

Palma frisou que o pedido de "ajuda" financeira partiu de Greve após o encontro com Campos Filho. Em resposta ao vereador Luiz Cirilo (PSDB), membro da CPI, ele negou ter havido um pedido direto - ou insinuação - de Campos Filho referente ao susposto pedido de propina. Ele também foi questionado por alguns vereadores se procurou servidores, parlamentares ou mesmo o Ministério Público para contar ou denunciar o ocorrido. Primeiro, ele disse que a ida ao MP não foi pelo fato apresentado. Depois, em resposta à vereadora Paolla Miguel (PT), ele esclareceu.



"Na verdade eu cheguei a fazer consulta, mas não houve denúncia, foi isso que aconteceu. Não houve uma denúncia registrada, eu fiz apenas uma consulta ao MP. (A orientação) foi que eu procurasse o meu departamento jurídico para que eu entrasse com as denúncias e o processo."

Em outro momento da oitiva, Palma atribuiu a falta de denúncia oficial ou contestação a uma certa inexperiência, falta de consciência jurídica e administrativa, algo que hoje tanto ele em sua empresa, como o irmão, Celso Palma, que ainda está à frente do Grupo Mais, já têm. Em dado momento ele classificou o ocorrido como uma "decepção tão grande que desisti de ir atrás".



Palma afirmou que nunca mais teve contato nem com Campos Filho, nem com Valter Greve. Procurados, os dois citados pelo empresário negaram as afirmações apresentadas à CPI da Câmara Municipal. Greve reiterou que as alegações "são infundadas e não ocorreu nem a reunião e nem qualquer pedido de minha parte". Greve diz que consta no processo licitatório que a desclassificação do Grupo Mais em 2014 foi por não preencher o requisito de capacidade técnico e que "tudo o mais é inconformismo". Já Campos Filho disse que nunca autorizou ninguém a pedir algo em seu nome e que jamais autorizaria. Além disso, afirmou que nunca conversou com Palma e que nem o conhece.

o ocorrido como uma "decepção tão grande que desisti de ir atrás". Palma afirmou que nunca mais teve contato nem com Campos Filho, nem com Valter Greve. Procurados, os dois citados pelo empresário negaram as afirmações apresentadas à CPI da Câmara Municipal. Greve reiterou que as alegações "são infundadas e não ocorreu nem a reunião e nem qualquer pedido de minha parte". Greve diz que consta no processo licitatório que a desclassificação do Grupo Mais em 2014 foi por não preencher o requisito de capacidade técnico e que "tudo o mais é inconformismo". Já Campos Filho disse que nunca autorizou ninguém a pedir algo em seu nome e que jamais autorizaria. Além disso, afirmou que nunca conversou com Palma e que nem o conhece.



TV Costa Norte

Após o depoimento de Danilo Palma, dois integrantes da TV Costa Norte também responderam a questionamentos dos vereadores: o administrador da empresa, Vinicius Berlofi Zeidan, e o diretor técnico Alexandre Rocha. Vinicius, inclusive, é filho do dono da TV, Reuben Nagib Zaidan. Ambos confirmaram encontros - em momentos distintos - com o ex-presidente da Câmara, Zé Carlos (PSB), mas negaram que a TV Câmara tenha sido o objeto das conversas.

Zeidan afirmou que pela TV Costa Norte já ter feito esse trabalho, houve apenas a curiosidade em saber como estava a TV, mas sem qualquer outro interesse, até por saber que o contrato da Câmara com o Grupo Mais não estava para acabar. Rocha também disse que contratos ou assuntos relacionados não foram tratados na visita, que teria tido caráter político.



Os dois nomes relacionados à TV Costa Norte disseram não ter qualquer conhecimento de qualquer pedido de ajuda, de propina, e que nunca foram procurados por ninguém que insinuasse uma colaboração. O administrador se colocou à disposição para prestar outros esclarecimentos.

Rocha disse não ter relação com Celso Palma, que conversou poucas vezes com ele e que nenhum dos diálogos tratou das informações alegadas. Anteriormente, Celso Palma disse ter ouvido de Rocha que, por não pagar propina, o grupo do empresário não ganharia licitações. Não está descartada futuramente uma acareação entre Celso Palma e Rocha na CPI.



Próximos passos

Inicialmente criada para apurar os contratos firmados - ou que ainda estavam em vigor - desde o início da gestão de Zé Carlos na presidência da Câmara, a CPI agora estuda debruçar-se sobre o imbróglio ocorrido em 2014 com a desclassificação do Grupo Mais e a posterior homologação da TV Costa Norte. A estratégia é esclarecer o que ocorreu à época, se de fato a desabilitação foi por não pagamento de propina, se houve uma licitação fraudulenta.

Por isso, o presidente da CPI, Paulo Gaspar (NOVO), revelou que Jorge Luiz Brasco e Neusa Dorigon serão os próximos convocados. Na época, eles eram, respectivamente, pregoeiro do processo e consultora jurídica da Câmara. Os dois participaram do processo licitatório para a TV Câmara em 2014. A próxima reunião da CPI está marcada para as 13h de quarta-feira (16). "Queremos finalizar primeiro esse processo de 2014, dessa licitação, da provável perseguição que houve e a desclassificação (do Grupo Mais). Queremos saber se realmente houve um procedimento ilícito por parte da Câmara, no sentido de favorecer uma empresa em detrimento de outra."

Sobre Valter Greve e Campos Filho, Gaspar afirmou que serão convocados, mas que primeiro estão chamando outras peças que podem ajudar a montar o quebra-cabeça. Os depoimentos considerados mais importantes devem ocorrer somente no final da CPI, quando os vereadores julgam que terão elementos adicionais para realizar os questionamentos.


Fonte: https://blogdarose.band.uol.com.br/justica-obriga-emdec-a-devolver-dinheiro-das-multas-aplicadas-pelo-ex-secretario-de-transportes/

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Adriano Novo, Vila Padre Anchieta, Campinas

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