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Uma Iniciativa de Adriano Novo

Movimentos retomam pressão por CEI e afastamento imediato de Zé Carlos na Câmara



Os desdobramentos da investigação contra o presidente da Câmara Municipal de Campinas, vereador José Carlos Silva (PSB), o Zé Carlos, incluem para esta segunda-feira (22) a retomada da pressão por seu afastamento imediato do comando do Legislativo e pela criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI).

Uma das iniciativas de reação popular ou de coletivos da sociedade civil é encabeçada pelo Movimento Livres. Nas redes sociais, o grupo está convocando para a noite desta segunda, às 18h, no Teatro Bento Quirino, Rua Luzitana, Centro, um ato de repúdio ao parlamentar, que é acusado de corrupção.

Zé Carlos lideraria um esquema de cobrança de propina junto a fornecedores em troca de vantagens. A investigação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Uma CEI está sendo costurada dentro do Legislativo. Um dos articuladores é o vereador Paulo Gaspar (Novo). Outros dois vereadores fazem parte deste esforço: Nelson Hossri e Marcelo Silva, ambos do PSD. Este último, inclusive, admitiu ao Hora Campinas ser o autor da denúncia que resultou na investigação do Gaeco. De imediato, a defesa de Zé Carlos apontou o canhão para Marcelo Silva, acusando-o de “perseguição política”. Zé Carlos ainda não falou publicamente desde a semana passada.

O Hora apurou junto a uma fonte na Câmara que Zé Carlos está isolado e que não será defendido pela maioria. O Legislativo tem 33 cadeiras. “Ele vai sangrar em praça pública até pedir afastamento”, afirmou a fonte.

Essa é, inclusive, um dos desejos dos vereadores que cobram uma reação firme da Câmara, para que não passe a ideia para a opinião pública de que estaria protegendo Zé Carlos, agindo de forma corporativa, ou jogando a sujeira para debaixo do tapete.

São necessárias 11 assinaturas para a viabilização da CEI. Há ainda a discussão interna sobre a possibilidade de se criar uma Comissão Processante (CP). A iniciativa do Movimento Livres inclui um abaixo-assinado virtual.

Pauta do Legislativo

O site da Câmara prevê duas atividades abertas ao público nesta segunda-feira (22). Entre 16h30 e 17h está prevista a 12ª Reunião Ordinária da Comissão Permanente de Constituição e Legalidade no Plenário Provisório do Teatro Bento Quirino,

Depois, a partir das 18h, no mesmo local, acontece a 21ª Reunião Ordinária dos vereadores. A tendência é que haja pressão e protesto, dentro e fora do plenário.

Entenda o caso

O Batalhão de Ações Especiais (Baep) da Polícia Militar (PM) fez uma incursão na manhã desta quarta-feira (17) nas dependências do prédio da Câmara Municipal, na Avenida da Saudade, e também no Teatro Bento Quirino, no Centro, espaço que tem abrigado as sessões ordinárias e extraordinárias em razão de reformas no edifício principal. A operação surpreendeu os vereadores e a direção do Legislativo. A ação é de busca e apreensão.

A varredura é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio do Comando de Policiamento do Interior 2 e do Baep. Trata-se da Operação Lambuja, cujo objetivo é dar cumprimento a cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Campinas e Jundiaí.

Segundo nota da MP, a investigação realizada pelo Gaeco apura “esquema de corrupção envolvendo o atual presidente da Câmara Municipal de Campinas, Zé Carlos, e um advogado por ele comissionado no referido órgão”.

Defesa de Zé Carlos

O vereador Zé Carlos é defendido pelo advogado Ralph Tórtima Filho na Operação Lambuja, que investiga cobrança de vantagens indevidas. Tórtima informou que a defesa já requereu acesso aos autos.

“A juíza pediu que antes do deferimento, o MP se manifestasse a respeito do resultado das diligências. Então, só ao final do dia ou amanhã que vamos ter acesso ao conteúdo da investigação. O vereador foi extremamente colaborativo com os promotores, franqueou acesso às dependências que eles almejaram e deixou claro que não há nenhum problema”, disse Ralph Tórtima Filho.

“O vereador tem todo interesse de esclarecer imediatamente esses fatos. Ele quer dar uma coletiva, mas por orientação nossa, os advogados, ele o fará somente após o acesso às investigações. Vale ressaltar que não foi apreendido nenhum valor”, concluiu.

O que diz o MP

Apuração do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do estado de São Paulo (MPSP) aponta que assim que o vereador José Carlos Silva, o Zé Carlos (PSB), assumiu a presidência da Câmara de Campinas, em janeiro de 2021, foi iniciado um esquema de exigência de vantagens indevidas. O órgão aponta ter gravações que comprovam ato de corrupção passiva por parte do parlamentar e de seu advogado comissionado, identificado como Rafael Creato. Segundo a investigação do MP, diversos fornecedores passaram a ser chamados para reuniões com o advogado e com o vereador.

Débora Palermo

A sessão ordinária da última quarta-feira (17) na Câmara de Campinas – no dia da devassa no Legislativo em caso de investigação por corrupção passiva – foi conduzida pela primeira vice-presidente da Casa, Débora Palermo (PSC). E ela deve seguir à frente dos trabalhos na próxima sessão, marcada para esta segunda-feira.

A vereadora substitui o presidente José Carlos Silva (PSB), o Zé Carlos, alvo da Operação Lambuja, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A investigação apura denúncias de que Zé Carlos lideraria um suposto esquema de cobrança de propina junto a fornecedores em troca de vantagens.

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Adriano Novo, Vila Padre Anchieta, Campinas

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