MP diz ter gravação de pedido de propina envolvendo Vereador Zé Carlos op. apura lavagem de dinheiro
- Adriano Novo
- 12 de jan.
- 2 min de leitura
Documentos e computadores foram apreendidos na casa do vereador José Carlos Silva, em Campinas. Dos cinco mandados, um foi cumprido em Jundiaí. Advogado do parlamentar também é investigado.

Gravações contendo pedido de propina em negociações de contratos são parte do processo que investiga corrupção passiva na Câmara Municipal de Campinas (SP). A informação foi confirmada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público na tarde desta quarta-feira (17), após o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão.
"A investigação começou através da representação de um vereador da cidade. Com a mudança da gestão da presidência da Câmara Municipal, os fornecedores começaram a ser chamados para reuniões, sendo solicitadas vantagens indevidas para que os contratos fossem mantidos ou prorrogados; dinheiro", disse Rodrigo Lopes, promotor do Gaeco. Além do crime de corrupção passiva, também é apurado se houve lavagem de dinheiro.
As ordens judiciais foram cumpridas, com o apoio da Polícia Militar, na residência do presidente da Casa, o vereador José Carlos Silva - principal alvo -, na sede da Câmara e no Teatro Bento Quirino, local provisório das sessões durante as obras na sede.
Outro alvo da Operação Lambuja, como foi denominda a ação, é o advogado do parlamentar e subsecretário de Relações Institucionais da Câmara, Rafael Creato. Os promotores cumpriram dois mandados relacionados a ele, um deles em Jundiaí, na residência e no escritório.
Os materiais apreendidos, como documentos e computadores, foram levados para a sede do Gaeco, na Cidade Judiciária.
Empresários não pagaram
Segundo Lopes, a investigação apontou que os empresários abordados no esquema não chegaram a pagar valores.
"Foi solicitada a vantagem e houve a recusa de pagarem a propina desejada pelos investigados. A investigação prossegue para apurar exigências em outros contratos de outros serviços também", afirmou.
Não há, ainda, data definida para que o vereador e o advogado investigados sejam ouvidos pelos promotores.
'Nada irregular'
A defesa do presidnete da Câmara na operação está sendo feita pelo advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho, que vai se manifestar após tomar conhecimento dos autos. Já a defesa de Creato ainda não foi localizada.
"O vereador quer o quanto antes prestar esclarecimentos, quer conversar com a imprensa, dar explicações aos colegas dele de Câmara, mas por orientação nossa, pedimos que aguardasse ao menos um dia, porque nós queremos ter acesso aos autos. [...] Ele está convicto de que não há nada irregular", explicou Stettinger Filho.

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